sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Umbigos


Sempre achei que o meu umbigo, não era lá grande espiga. Em dada altura do meu crescimento, o dito ficou ligeiramente para fora, causando espécie aos meus progenitores.
Considerou-se uma cirurgia caso o umbigo não melhorasse; graças a Deus que o meu umbigo entretanto voltou à sua posição normal e, pelo menos desta cirurgia, eu safei-me.

Do que não me tenho safado, é do narcisismo de algumas pessoas, em acharem que o seu umbigo é extraordinariamente bonito.
Qual avestruz que gosta de enfiar a cabeça na areia e tem possibilidade de ver com regularidade os seus membros inferiores, estes umbigo-dependentes passam anos sem olharem verdadeiramente para o seu umbigo, partindo sempre o principio que o deles é mais bonito e mais importante do que todos os outros.

O facto de considerarmos que somos mais bonitos que os restantes seres, pode ter duas origens: o narcisismo, puro e duro; ou uma concepção deturpada do conceito de beleza.

Quer num caso, quer noutro, está implícita a capacidade (ou falta dela) que temos em nos auto-avaliarmos. Um exercício que, para alguns, só deve ser feito pelos mais feios.

Equacionar por breves momentos que o nosso umbigo, afinal não é tão bonito, e que os umbigos dos outros trazem diversidade, novas formas de ver e de estar, pode ser um exercício que denote alguma inteligência.






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